Friday, October 29, 2010
Thursday, October 21, 2010
Wednesday, October 20, 2010
São os finais que tornam os começos possíveis!
Fins e começos
Eureka! Eureka! terá exclamado Arquimedes há mais de dois mil anos quando descobriu que dois corpos não podiam ocupar o mesmo espaço ao mesmo tempo.
É então uma evidência científica que duas coisas não podem ocupar o mesmo espaço ao mesmo tempo.
Quer isto dizer que, quando queremos que algo diferente surja na nossa vida, a sua materialização necessita ocupar o espaço de algo que já existe. Assim, se não libertarmos esse que já existe como podemos dar espaço ao novo?
Libertar algo é fácil de fazer quando já não nos importamos com ele. Mas quando o lastro que deixa para trás ainda é importante para nós, o seu fim, um testemunho de quem somos, torna-se um sinal de que fracassámos ou perdemos. Esse fim significa que uma parte de nós termina também e deixá-lo ir pode ser muito perturbador e doloroso.
Vem isto a propósito de que eu decidi abrir as portas à novidade absoluta, sem reservas.
E, lembrando-me do princípio de Arquimedes, comecei a largar os lastros da única profissão que tive e que já não me serve.
Tantos anos a ensinar crianças e adolescentes. Tantos anos a ensinar a comunicar e a pensar. Tantos anos a passar conhecimentos e a contribuir para modelar atitudes. Tantos anos a importar-me com a atenção, com a disciplina, com o interesse pelo aprender. E pelo saber. E pela cidadania. E pelo respeito do outro e, sobretudo, do próprio. Tantas vezes a frustração a tomar conta: fosse pela falta de correspondência minha ou daqueles a quem me dirigia.
Sou professora, ouvi-me muitas vezes dizer. Erroneamente identifiquei-me com a que era só uma pequena parte do meu eu.
A certeza de eu que era muitas coisas mais foi-se insinuando, instalando, ocupando um espaço cada vez maior e finalmente permiti-me que as muitas vozes dentro de mim se tornassem conscientes.
E, naturalmente, percebi que havia um ciclo ao qual queria pôr fim.
Pedi a aposentação antecipada.
Sem mágoa, sem desconforto, sem medo do vazio aparente que um final sempre configura. Em paz, percebi que a única coisa dolorosa seria se eu não me permitisse que aquele fim ocorresse.
E percebi que são os finais que tornam os começos possíveis.
Eureka! Eureka! terá exclamado Arquimedes há mais de dois mil anos quando descobriu que dois corpos não podiam ocupar o mesmo espaço ao mesmo tempo.
É então uma evidência científica que duas coisas não podem ocupar o mesmo espaço ao mesmo tempo.
Quer isto dizer que, quando queremos que algo diferente surja na nossa vida, a sua materialização necessita ocupar o espaço de algo que já existe. Assim, se não libertarmos esse que já existe como podemos dar espaço ao novo?
Libertar algo é fácil de fazer quando já não nos importamos com ele. Mas quando o lastro que deixa para trás ainda é importante para nós, o seu fim, um testemunho de quem somos, torna-se um sinal de que fracassámos ou perdemos. Esse fim significa que uma parte de nós termina também e deixá-lo ir pode ser muito perturbador e doloroso.
Vem isto a propósito de que eu decidi abrir as portas à novidade absoluta, sem reservas.
E, lembrando-me do princípio de Arquimedes, comecei a largar os lastros da única profissão que tive e que já não me serve.
Tantos anos a ensinar crianças e adolescentes. Tantos anos a ensinar a comunicar e a pensar. Tantos anos a passar conhecimentos e a contribuir para modelar atitudes. Tantos anos a importar-me com a atenção, com a disciplina, com o interesse pelo aprender. E pelo saber. E pela cidadania. E pelo respeito do outro e, sobretudo, do próprio. Tantas vezes a frustração a tomar conta: fosse pela falta de correspondência minha ou daqueles a quem me dirigia.
Sou professora, ouvi-me muitas vezes dizer. Erroneamente identifiquei-me com a que era só uma pequena parte do meu eu.
A certeza de eu que era muitas coisas mais foi-se insinuando, instalando, ocupando um espaço cada vez maior e finalmente permiti-me que as muitas vozes dentro de mim se tornassem conscientes.
E, naturalmente, percebi que havia um ciclo ao qual queria pôr fim.
Pedi a aposentação antecipada.
Sem mágoa, sem desconforto, sem medo do vazio aparente que um final sempre configura. Em paz, percebi que a única coisa dolorosa seria se eu não me permitisse que aquele fim ocorresse.
E percebi que são os finais que tornam os começos possíveis.
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