Tuesday, December 12, 2006

Thursday, November 30, 2006

Friday, November 24, 2006

A máscara da noite -Vinicius de Moraes

Sim, essa tarde conhece todos os meus pensamentos
Todos os meus segredos e todos os meus patéticos anseios
Sob esse céu como uma visão azul de incenso
As estrelas são perfumes passados que me chegam...

Sim! essa tarde que eu não conheço é uma mulher que me chama
E eis que é uma cidade apenas, uma cidade dourada de astros
Aves, folhas silenciosas, sons perdidos em cores
Nuvens como velas abertas para o tempo...


Não sei, toda essa evocação perdida,
toda essa música perdidaÉ como um pressentimento de inocência, como um apelo...
Mas para que buscar se a forma ficou no gesto esvanecida
E se a poesia ficou dormindo nos braços de outrora...


Como saber se é tarde, se haverá manhã para o crepúsculo
Nesse entorpecimento, neste filtro mágico de lágrimas?
Orvalho, orvalho! desce sobre os meus olhos, sobre o meu sexo
Faz-se surgir diamante dentro do sol!

Lembro-me!... como se fosse a hora da memória
Outras tardes, outras janelas, outras criaturas na alma
O olhar abandonado de um lago e o frêmito de um vento
Seios crescendo para o poente como salmos...


Oh, a doce tarde! Sobre mares de gelo ardentes de revérbero
Vagam placidamente navios fantásticos de prata
E em grandes castelos cor de ouro, anjos azuis serenos
Tangem sinos de cristal que vibram na imensa transparência!


Eu sinto que essa tarde está me vendo,
que essa serenidade está me vendoQue o momento da criação está me vendo neste instante doloroso de sossego em mim mesmo
Oh criação que estás me vendo, surge e beija-me os olhos
Afaga-me os cabelos, canta uma canção para eu dormir!


És bem tu, máscara da noite, com tua carne rósea
Com teus longos xales campestres e com teus cânticos
És bem tu! ouço teus faunos pontilhando as águas de sons de flautas
Em longas escalas cromáticas fragrantes...


Ah, meu verso tem palpitações dulcíssimas! – primaveras!
Sonhos bucólicos nunca sonhados pelo desespero
Visões de rios plácidos e matas adormecidas
Sobre o panorama crucificado e monstruoso dos telhados!


Por que vens, noite? por que não adormeces o teu crepe
Por que não te esvais – espectro – nesse perfume tenro de rosas?
Deixa que a tarde envolva eternamente a face dos deuses
Noite, dolorosa noite, misteriosa noite!


Oh tarde, máscara da noite, tu és a presciência
Só tu conheces e acolhes todos os meus pensamentos
O teu céu, a tua luz, a tua calmaSão a palavra da morte e do sonho em mim!

Vinicius de Moraes
Rio de Janeiro, 1938in
Novos Poemasin Antologia Poéticain Poesia completa e prosa: "A saudade do cotidiano"

Conta-me um conto...


AS ASAS SÃO PARA VOAR
Era uma vez...
um pai para o seu filho quando este completou 18 anos:
- Filho, nós todos nascemos com asas, se bem que é certo que não tens obrigação de voar mas acho que seria uma pena limitares-te a caminhar tendo asas que o Bom Deus te deu.
-Mas eu não sei voar - Respondeu o filho
- é verdade- Disse o pai e caminhando levou-o até á beira do precipicio de uma montanha.
- Vês filho, Este é o vazio, quando quizeres voar, vens aqui, apanhas balanço, saltas no abismo e abrindo as asas voarás -Mas o Filho duvidou...
- E se cair?
- Ainda que caias não morrerás só farás alguns arranhões, que te farão mais forte para a seguinte tentativa!
O Filho voltou a cidade e encontrou-se com os seus amigos e companheiros, aqueles com os quais tinha caminhado a vida inteira. Os mais limitados dissera-lhe:
Estás louco? Para quê? O teu pai está a endoidecer para quê que alguem precisa voar? Porquê correr esse risco?
Por outro lado os amigos mais iluminados disseram-lhe:
- E se ele tiver razão? Não será perigoso? Porqur não começas devagar? Exprimenta atirar-te de uma escada ou do cimo de uma árvore... mas saltar do precipicio...??
O jovem escutou o conselho dos amigos. Subiu em cima de uma árvore e enchendo-se de coragem saltou, levantou as asas agitou-as no ar com toda a sua força mas desgraçadamente caiu em terra.
Com um grande galo na cabeça cruzou-se com o seu pai
- Mentiste-me eu não consigo voar .Exprimentei e olha o galo que fiz... Não sou como tu,as minhas asas só servem para enfeitar.
- Meu fIlho- Disse o pai
Para voar há que criar o espaço de ar necessario para que as asas se levantem,
é como atirar-se de um pára quedas necessitas de uma certa altura antes de saltar.
Para voar há que começar assumindo riscos.
se não estás disposto, quem sabe o melhor é resignares-te e continuar a caminhar para sempre... 24nov/06

Thursday, November 16, 2006

PENSAMENTO DO DIA...


"
Vivre est une priére que seul l’amour peut exaucer- 21 Nov/06

"O Vento sopra sempre de feição quando se sabe para onde vai..." 22Nov/06


"El Sordo siempre cree que los que bailan estan locos"...24Nov/06
Love is like the measles; we all have to go through it.

Wednesday, October 11, 2006

BARCELONA





– 09 a 12 de Novembro







Barcelona, capital da Catalunha, orgulhosa, soberana no sentir do seu povo, hospitaleira e acolhedora, local de derrotas históric as e de vitórias recentes, vitórias que se comemoram colectiva ou individualmente de cada vez que um visitante resolve tomar para si a chave da cidade e transformá-la na sua cidade adoptiva e foi mais ou menos isto o que aconteceu embora por tão pouco tempo
eu a Vera O Fli Fli e a Sandra ….

Para começar muito bem a viagem íamos perdendo o voo
o avião já estava a fechar as portas e lá vão os 4 anormais a correr
bem a nossa maneira.. Andávamos descansadinhos a experimentar óculos do sol no freeshop, que coisa o avião tem mais é que esperar até porque convenhamos…. pagamos uma fortuna €25.00 Clickair

Chegados a Barça e já com o maravilhoso cartão de Barcelona pré pago
apanhamos o comboio (o errado claro) até a cidade e lá fomos até ao hotel miixuruca…


Acabamos por ir passar o resto do dia nas Ramblas e a passer pelo Bairro Gótico e toda aquela zona envolvente na praça real tivemos a oportunidade de ver o Fernando pessoa a desaperecer em cima de uma bicicleta assim como outros tantos que já nos deixaram….



“I love this city” Ficamos encantados com o design das lojas e taantas lojas… Andamos a vaguear pelo mercado a Boqueria aliás chegamos mesmo a beber um sumo horrível cor de rosa
Em frente ao Teatro del Liceu (o mais antigo de Barcelona) estavam uns Brasileiros a distribuir a informação de um concerto de um guitarrista que ia actuar no maravilhoso “Palau de la musica Catalana” fomos a correr até lá mas com muita pena nossa já não fomos a tempo.Assim mesmo podemos ver só por fora
o edifício. Um monumento exuberante do arquitecto Domènech i Montaner e património da humanidade declarado pela Unesco .
Assim sendo vamos jantar!!!!

Eu fui jantar “solita que nem um perro” num fast food de falafel para relembrar a ultima vez que lá tinha estado com o meu querido amigo.
Os outros foram jantar a um restaurante por ali…


Sexta foi dia de Modernismo começamos no Parque Guel adorámos, eu já tinha visitado mas adorei rever os pormenores de uma das mais bonitas obras de Gaudi para além das vistas fantásticas sobre a cidade.
Descemos até El Eixample espreitar mais obras dos génios
como Gaudí, Domenech, Muntaner ou Puig e Cadafalch. Passeanddo pelo Passeig de Gracia chegamos a manzana de la Discórdia a Casa Batlló. Conhecida pelas suas varandas excêntricas, as casas Amatller, assinada por Domènech i Montaner, e Lleó Morera, de Puig i Cadafalch.
Fomos visitar a Casa Milà também conhecida como La Pedrera, com linhas curvas como que esculpidas na pedra, foi já declarada Património da Humanidade, valeu muito a pena esta visita das mais interessantes de toda a viagem!


Á Tarde como não podia deixar de ser…
A FANTÁSTICA A IMPONENTE A ESTRONDOSA CRIAÇÃO DE GAUDI…
A SAGRADA FAMILIA
foi a terceira vez e é incrível que há sempre pormenores que nos escapam
fomos secar para a fila para visitar o interior, e depois de muito espereu lá subimos a Vera ia morrendo ao ter que descer aquela escada caracol porque tem vertigens …

Para terminar o dia em beleza fomos enfrascar-nos com sangria e uma bela paella num restaurante nas ramblas… Precioso!!!! (ler com sotaque espanhol)

Sábado após do pequeno almoço em beleza com aquelas meias de leite maravilhosas que há em Barcelona aquela sandocha de presunto tomate e azeite bem catalão…
Quisemos apanhar o teleférico até Montjuic mas infelizmente estava em obras
Então apanhamos só o funicular até lá cima e resto foi mesmo dar corda aos sapatos. Visitamos o Poble Espagnol o Palau Nacional o Castelo com vistas fantásticas aliás a melhor vista era o “Voyager of the Seas” ali parado a convidar para um maravilhoso cruzeiro no Mediterrâneo… ok voltando a terra ou melhor ao mar porque agora foi tempo para um passeio nas golondrinas passeamos por Barceloneta Port Vell porto Olimpico etc…
O que gostei mais neste passeio foi a soneca que dormi sentada ao solJ

Depois os meninos subiram até ao cimo da estatua do nosso amigo Cristóvão Colombo, eu já conhecia e fiquei sentada a comer um gelado que me custou os olhos da cara!!!!
Em seguida atravessamos a Rambla del Mar até ao Maremàgnum, um centro comercial de seca…

Demos uma volta e fomos sentar-nos a beira mar descansar que bem precisávamos!

Fomos até ao Arco de Triumph e a parte melhor do dia foi dançar a mazurka no meio da rua.
Depois de andarmos as voltas na praça de la Cataluna voltamos as Ramblas viver o ambiente de loucura de sábado á noite com todo o tipo de artistas de rua muita animação e mais a Catalunha no seu melhor uma manifestação!!! Sim uma manifestação sabe-se lá do quê porque não se percebe nada do catalão, mas foi bastante emocionante! Empurre-me empurra-me…(los moços de esquadra san muy guapos)...

Acabamos a comer num restaurante NOJENTO uns tapas horriveis
bom, para esquecer…

Mas como diz o ditado o que é bom acaba depressa e Domingo acabou-se o bem bom tempo regressar a Lisboa com a sensação de que ficou tanto ainda para descobrir…



Antoni Gaudí i Cornet nasceu em Reus (província de Terragona) e chegou a Barcelona com 17 anos para estudar Arquitectura. Desde cedo muito criativo, destacou-se no curso pela forma totalmente inovadora como esculpia e estruturava os seus projectos. Fascinado pelas formas redondas e com um estilo subtil e delicado, cedo se convenceu da sua singularidade. Levou a cabo vários projectos de autor, em que aplicou os seus conhecimentos e mais-valias artísticas, chamando a atenção da classe burguesa da época. Eusebi Güell foi um dos homens a acreditar no seu talento, financiando o que hoje é parte considerável da obra de Gaudí.

No final da sua vida, Gaudí estava entregue a uma crise espiritual provocada pela sua obra-prima, a Sagrada Família. Morreu tragicamente em 1926, atropelado na que já era a sua cidade. Barcelona é, portanto, palco deste desfile de obras magníficas que imortalizaram este grande nome do modernismo. São 14 os marcos visíveis do arquitecto. Destacam-se os candeeiros de ferro fundido na Plaça Reial (1878); a Casa Vicens (1883-88) onde nasce o arco parabólico de Gaudí e as aplicações de cerâmica tão características; o Palau Güell (1886-88) residência do seu mecenas e aberto ao público para visitas; a Casa Batlló (1904-06) e Casa Milà - La Pedrera (1906-12); o Park Güell (1900-14), que não possui linhas rectas, para manter o que defendia ser a harmonia com a Natureza; e a obra que o acompanhou quase toda a vida e que não teve tempo de terminar, o Templo de la Sagrada Família.


Para os que pensam que a cozinha catalã se resume ao famoso pão com tomate, desenganem-se. É verdade que este pão regado com azeite faz as delícias em Barcelona, mas a sua cozinha tem bem mais que se lhe diga. Aqui, como no resto da Espanha reinam as tapas e as tortillas e, com aquilo a que chamam "base mediterrânea" são confeccionados os mais variados pratos. Delícias que assumem diferentes influências. Uma mistura interessante de cozinhas internacionais, dá aos restaurantes que lhe propomos a vantagem da diversidade de escolhas. Sem aspirações ao prestígio das cozinhas francesa ou italiana, a cozinha catalã recebe e acarinha os melhores pratos servidos no mundo. Barcelona oferece-lhe praticamente tudo o que lhe apeteça. Experimente, mas não se esqueça de fazer reserva.

Informações úteisIndicativo: 00 34 93 Diferença horária: mais uma hora do que em Portugal continental Idioma: catalão e castelhano

Para mais informações Delegação Oficial do Turismo Espanhol em Portugal, Av. Sidónio Pais, 28-3ºdto. 1050-215 Lisboa, tel.: 213 541 992/fax: 213 540 332; no website oficial do Turismo de Barcelona Centre d'Informació Turística de Barcelona, Pl. de Catalunya, 17, tel.: 906 30 12 82 (desde Espanha) ou 00 34 93 368 97 30 (a partir de Portugal).